Começando o jogo num 4-1-4-1, em que ou Otacílio, ou Flávio funcionam como médio mais recuado, sendo ajudados de perto por Péle, Desmarets, ou o outro dos dois que não fiquem no vértice mais recuado do triângulo.
Analisando caso a caso, e colocando de fora do triângulo do meio campo o francês Ghilas, que assume agora outras funções na equipa, como falso extremo, os problemas do Vitória passam muito por aqui.
Quando o triângulo funciona, a equipa vai conseguindo algum dinamismo, quando não funciona é um descalabro. Nos 4 jogos acima referidos, Norton perde o jogo quando abdica do triângulo, contra o Penafiel, abdica de Otacílio e Ghilas, ficando a jogar com apenas dois médios, Flávio e Desmarets, sofre um golo e não apresenta mais argumentos para virar o resultado. No estádio dos Arcos em Vila do Conde, num jogo bastante atípico, já com poucos argumentos para discutir o jogo, mas com menos ficamos quando Norton retira do campo Otacílio e Desmarets, entregando o meio campo apenas a Flávio Meireles. Contra o Gondomar a história foi ainda pior, o jogo estava morno, e as equipas encaixadas, até que numa jogada estratégica, Norton retira do campo Desmarets e Pelé, um dos melhores até então, entregando o meio campo uma vez mais a Flávio. O resultado, dois contra ataques perigosíssimos, um deles deu em golo, como seria de esperar.
Norton já percebeu que Ghilas não é forte nas tarefas defensivas, e por isso este parecia ter deixado de fazer parte do triangulo, assumindo antes uma posição mais atacante, embora quando aposte tudo, e quando Ghilas já se encontra desgastado, entregue a este funções defensivas.
Outro dado curioso são as várias possibilidades que Norton já experimentou. No seu triângulo do meio campo, o Vitória já jogou com 7 (!) formações diferentes, isto em 14 jornadas, é obra.
Otacílio, Flávio, Ghilas - 1ª, 2ª, 3ª, 5ª
O; Moreno; G - 4ª, 10ª
O; Pelé; G - 6ª, 7ª
O; P; Desmarets - 8ª
O; D; G - 9ª
O; F; D - 11ª, 12ª
F; P; D - 13ª, 14ª
É certo que outros problemas existem, como a falta de laterais que integrem as manobras ofensivas (Momha parece que é o único que consegue fazer algo), e a falta de critério nas construções dos ataques. Contra o Gondomar fizemos uns 5 remates, só me lembro de um à baliza, e dois deles foram do Pelé do meio da rua...
1 comentário:
Acho que está uma análise muito bem conseguida, parabéns. Agora é espero que o próximo treinador tenha tido melhores nota a geometria :).
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