quinta-feira, janeiro 24, 2008

Uma questão de ritmo

Esta época, a grande novidade para uma pequena parte das equipas profissionais em Portugal, foi a aparição de uma nova competição, a Liga Intercalar, com o principal objectivo de promover a rotatividade dos jogadores dos planteis das equipas participantes.
Agora que está quase terminado o campeonato de Inverno, é boa altura para fazer um pequeno balanço. Não da competição em si, já que os resultados pouco ou nada interessam, mas das consequências que desta competição resultaram.
E o que de mais relevante se pode retirar desta competição é mesmo a campanha que as equipas participantes estão a realizar nos seus campeonatos. E daí destaco 3 bons exemplos dos frutos que se podem colher desta competição:
F. C. Porto - Uma grande diferença em relação à época anterior: não houve quebra de Inverno. Este facto pode ser explicado em parte pela participação na Liga Intercalar. Acontece que na época anterior a equipa do Porto quebrou nesta altura, a meu ver por falta de ritmo de competição, principalmente motivada pela paragem nas competições europeias.
Vitória S. C. - O nosso Vitória depois de um excelente início de campeonato conseguiu manter o ritmo e apertar ainda mais o cerco às equipas do topo da tabela, em grande parte motivado, a meu ver, pelo aumento de ritmo principalmente das segundas opções. A meu ver, os jogadores que saem do banco durante os jogos, e aqueles que são chamados à equipa para substituir habituais titulares por motivo de lesões ou castigos estão agora com um ritmo muito mais avançado do que no início da época.
C. D. Trofense - Não acompanho de perto o futebol do Trofense, mas parece-me óbvio pelos seus resultados que desde o começo da Liga Intercalar se assumiu com muito mais força como candidato à subida de divisão, sendo cada vez mais líder destacado.
Com estes factos, o que se pode concluir é que o aumento de ritmo competitivo dá vantagem às equipas a todos os níveis. É óbvio que aumenta também o risco de lesões, como aconteceu ontem com o Felipe, mas parece-me que as vantagens são muito superiores às desvantagens.
Continuo assim a achar que em Portugal se joga muito pouco, e com isso cada vez existe um maior fosso entre as equipas dos principais campeonatos europeus e as equipas do nosso campeonato, o que se comprova pela generalidade dos resultados nas competições europeias.
Mais soluções e iniciativas como a Liga Intercalar precisam-se urgentemente!

terça-feira, janeiro 22, 2008

A sorte do costume


No sorteio desta tarde, quis a sorte que se reeditasse aquele que foi talvez um dos maiores amargos de boca dos vitorianos dos últimos anos. Assim, no próximo dia 10 de Fevereiro, o nosso Vitória desloca-se a Setúbal, para encontrar o Vitória local num jogo a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal.
Há quase dois anos atrás, nessa fatídica noite de 23 de Março, a realidade dos dois Vitórias era bem diferente daquela que se vive hoje. Ambos tinham neste jogo a hipótese de salvar a época. O de Setúbal estava mergulhado numa das piores crises financeiras da sua história e via neste jogo um passaporte para a Taça Uefa e para o acesso a um pequeno balão de oxigénio financeiro que os fizesse sair da crise. O de Guimarães vivia a pior crise desportiva da sua história, mergulhado nos últimos lugares da tabela classificativa, de onde aliás nunca viria a sair. Uma vitória nesse jogo poderia ter trazido um novo ânimo à equipa e aos adeptos, assim como também o acesso a uma competição europeia, que era o objectivo inicial da época.
Quis o destino que a sorte sorrisse ao Vitória de Setúbal.
Hoje, ambas as equipas vivem uma das melhores fases a nível desportivo de que há memória. Em Guimarães sonha-se com as competições europeias, possivelmente a Liga dos Campeões, e em Setúbal, ultrapassada a crise financeira a equipa tem também excelentes perspectivas para aceder à Taça Uefa.
Esta época as equipas já se encontraram para os dois jogos do campeonato, tendo empatado no de Guimarães, num resultado que os locais não estariam à espera, mas que com o desenrolar do jogo se revelou um mal menor, e em Setúbal, vitória dos forasteiros num jogo muito inteligente da equipa de Manuel Cajuda.
Ora, em que é que este jogo será diferente? Em tudo...
Um jogo de Taça é sempre imprevisível, e tudo pode acontecer. O Vitória de Setúbal quererá por certo corrigir o último resultado em que as equipas se encontraram, e o de Guimarães concerteza quererá também vencer para seguir num dos seus objectivos iniciais da época.
Há no entanto 2 diferenças fulcrais para este jogo, e que penso que poderão favorecer o nosso Vitória: a partir desta semana deixa de morar em Setúbal Matheus, uma das maiores revelações da temporada e que tanto trabalho deu à defesa de Manuel Cajuda em ambos os jogos; e outro factor a ter em conta será o maior desgaste a que a equipa de Setúbal estará sujeita com a realização de dois jogos a contar para a Taça da Liga, e que poderão aumentar os seus níveis de cansaço para este jogo.
Mas a equipa de Carlos Carvalhal já provou esta época que se consegue superar jogo após jogo, portanto todos os cuidados serão poucos, e será necessário um jogo quase perfeito para podermos ver o nosso Vitória nos quartos de final da Taça de Portugal.

O Regresso

É verdade, caros amigos e leitores. O Bancada Nascente vai voltar à blogosfera.
E fazemo-lo agora, por dois motivos principais: em primeiro lugar, porque existe agora uma maior disponibilidade por parte dos seus autores para fazerem uma actualização mais regular dos conteúdos do blog; e em segundo lugar, por sentirmos que as cerca de 400 visitas mensais desde o último post, apesar de não mais ter havido actualização, merecem que este regresso se concretize.
Continuamos a não prometer uma periodicidade de publicações, mas tentaremos dentro das nossas possibilidades actualizar o blog sempre que possível, ainda para mais numa época em que tanto há a comentar, pelo excelente momento que atravessa o nosso Vitória.
Mais uma vez, muito obrigado aos nossos fiéis leitores!